terça-feira, 3 de julho de 2012

O Curupira recomenda: Incantation, Mortal Throne of Nazarene


Incantation é uma banda inscrita nos primórdios do death metal norte-americano. Formada em 1989, por John McEntee (guitarra e vocal) e Paul Ledney (Profanatica), em Johnstown, no estado da Pensylvania, o grupo criou um som único que hoje é cultuado e enaltecido por vários artistas mundo afora. Esquadrões contemporâneos, como Disma, Dead Congregation, Encoffinnation, entre outros, pagam um verdadeiro tributo idólatra à banda, chegando a copiar desde o som até o formato de seu logotipo. O jeito único de fazer death do Incantation consiste numa música extremamente pesada, suja, arrastada, quase doom, com vocais guturais cavernosos e letras com temáticas satânicas, anti-cristãs e ocultistas. O ápice dessa estética se encontra nos três primeiros álbuns – Onward to Golgotha, de 1992, Mortal Throne of Nazarene, 1994, e Upon the Throne of Apocalypse, de 1995. Na formação daquela época estava presente o vocalista Graig Pillard (Disma), dono de uma voz cavernosa e abissal que acabou se tornando um das marcas registradas dessa turma. Dos três discos citados, Mortal Throne of Nazarene, o segundo, leva todas as características dos caras aos píncaros do extremismo, tornando-se, provavelmente, a grande Magnus Opus dos gringos. De quebra, um dos maiores álbuns da história do death norte-americano e mundial. Diferente das escolas da Flórida e de Nova York, a banda privilegia o peso e as atmosferas, em detrimento da técnica. Formado por bons músicos, o Incantation não parte para o uso exagerado da velocidade, que sempre existiu no cenário extremo, para se concentrar em andamentos mais cadenciados e momentos mais lentos e pesados. Imagine ser arrastado por uma caverna escura com a presença de toda a malignidade possível e você terá uma vaga ideia de sons como “Demonic Incarnate”, uma verdadeira viagem arrastada para o abismo; “Emaciated Holy Figure” começa com blasts-beats enlouquecidos, guitarras em tremolo, o arroto infernal de Pillard, num andamento que flerta com o grindcore, para depois cair numa lentidão monolítica que deixaria o Black Sabbath com inveja; “Iconoclasm of Catholicism” começa com certa velocidade, alternando com andamentos menos acelerados; "Ibex Moon" possui um riff matador, tornando-se, com o passar dos anos, um dos grandes clássicos da banda. Além de Criag Pillard (vocais e guitarras) e John McEntee (guitarra), - big boss e único membro constante em todas formações, que hoje acumula a função de vocalista, a banda contava ainda com Dave Niedrist (baixo) e Jim Roe (bateria). A Incantation passou por várias reformulações e inumeráveis line-ups, lançando bons álbuns, como Diabolical Conquest, de 1998, porém sem repetir o brilho. Sem exageros, a formação do início dos anos de 1990 cometeu um dos álbuns mais pesados e sombrios já lançados, tornando-se referência para grandes artistas contemporâneos, como Nile. Você está em Belo Horizonte, e quer ver (e ouvir) o trabalho dos caras ao vivo? Simples, compareça ao Music Hall na próxima sexta-feira...


Confira: Incantation - Ibex Moon


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