quarta-feira, 23 de maio de 2012

O Curupira ouviu: Desaster, The Arts of Destruction


Antes de começar esta resenha, quero que você, “maldito” leitor, direcione sua atenção para uma constatação que transcende a questão musical. Vamos entrar nessa viagem juntos. Provavelmente, o nome Stephen King traz algo de interessante para o seu arcabouço cultural. Filmes como Carrie, Cemitério Maldito e O Iluminado não existiriam se não fosse seu diabólico gênio literário. Stan Lee, criador do universo Marvel, também é outra denominação eterna. Desde os anos de 1940, seus super heróis estão envoltos em um mundo surreal, mesmo assim reprimido pelas mazelas sociais, políticas e afetivas que assolam nossa realidade. Dá pra imaginar o reboliço no mercado de cada um se alguma nova criação for lançada. King, com um livro inédito, ou Lee, criando um novo herói, inspirado no século vigente? Provavelmente o resultado não seria ruim, fatalmente a decepção passaria longe, mesmo se o lançamento não tivesse a inovação de outrora. O motivo de citar hipoteticamente duas representações tão inexoráveis da indústria cultural está relacionado à banda foco deste texto. Responda-me, de bate pronto: existe algum disco do Desaster que possa ser considerado uma merda? NÃO! Talvez você prefira mais a primeira fase, com o vocalista Okkulto, por ser mais introspectiva, obscura, em função do timbre dele. Ou então opte mesmo pela segunda época, com os gritos vulcânicos de Sataniac. Mas isso não importa, porque os
alemães são uma instituição consagrada da música extrema, exatamente como Stephen King e Stan Lee, em seus respectivos campos de atuação. The Arts of Destruction é apenas mais uma pérola lançada pelo quarteto maldito. Na opinião do pessoal que frequenta a floresta, o melhor trabalho da segunda fase, perdendo apenas para o magistral Angelwhore. Tudo que sempre caracterizou o som dos teutônicos está presente. Black metal com o melhor do thrash, ou thrash metal com o melhor do BM, tanto faz. Música nervosa, repleta de blasfêmia e odes ao cramulhão. Tudo do jeito que gostamos, muitos blast beats, passagens de pogo e headbanging. Isso sem falar nos dedilhados melódicos do mestre Infernal, talvez a grande alma do grupo. Difícil citar uma pedrada como a melhor, todas estão niveladas por cima. Se fosse realmente obrigado, a escolha ficaria com The Splendour of the Idols e Possessed and Defiled, esta com 8’26’’ que resumem muito bem o trabalho maravilhoso prestado pelos alemães para a música, desde o fim da década de 1980. O disco, que acompanha um DVD dos caras, está em circulação no Brasil pela Mutilation Records. Garanta o seu e vá adorar o capeta com estilo!

Nota do Pé Virado: 9/10


Confira: Desaster - Possessed And Defiled


Desaster - Queens of Sodomy (Vídeo Oficial)

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