terça-feira, 29 de maio de 2012

O Curupira foi: Stone Metal Fest V


Domingo, dia 20 de maio, numa fria tarde de outono, aconteceu o 5° Stone Metal festival, no tradicional Stonehenge Rock Bar, localizado no Barro Preto, região central de BH. Na ocasião tocaram Farscape e Whisptriker (Rio de Janeiro), Necrobiotic (Divinópolis) e de Belo Horizonte as bandas Metraliator, Nostoi, Expurgo, Colt.45, Paradise In Flames, Hammurabi e Thunderwrath. Um elenco de música extrema que representa várias vertentes do metal, indo do grindcore até o thrash, passando por heavy, speed e black metal. O objetivo do festival, segundo os organizadores, era tentar fortalecer a cena metal local, que se encontra, junto com outros setores da indústria cultural como um todo, em uma crise de público e de mercado. Além disso, o festival ofertou a possibilidade de bandas de peso se apresentarem em um espaço tradicional de rock´n roll, a grande maioria nunca havia tocado ali antes. O evento contou com uma estrutura excelente, as bandas se revezavam em dois palcos, vários ambientes com áreas abertas, tendas para proteger o público em caso de chuva, além, é claro, de sinucas e bares. Enfim, uma iniciativa louvável e criteriosa, que atendia a demanda de um público exigente. Como já dito antes, o espaço
em questão é bem conhecido e tradicional na cidade, por apresentar e abrigar atrações da seara do rock clássico. Nas paredes, podemos ver pôsteres de grupos como The Doors, Led Zeppelin, Pink Floyd entre outros. O bar é frequentado, em seus dias de funcionamento normal, por roqueiros mais tradicionais. Foi muito interessante a iniciativa de abrir suas portas para o público de música extrema que, nos últimos tempos, carece de espaços e oportunidades assim. Os shows rolaram numa boa e os bangers compareceram em peso, chegando aos poucos, a partir da abertura dos portões por volta de 15 horas. O Expurgo tratou de inaugurar a tarde, no palco principal, por volta de 16 horas. A banda trabalhou com sua energia habitual, apresentando seu grindcore tradicional, com várias pitadas de crust e d-beat, com suas raízes fincadas na velha escola de trituração, como Napalm Death, Repulsion, entre outros. O guitarrista Philipe tocou, em vários momentos, no meio da plateia, contribuindo para agitar o público. O mosh pit ia se formando, com o público respondendo de maneira intensa ao som da banda. O vocalista Egon, mesmo com o joelho machucado, mostrou uma performance ensandecida, convocando os presentes para agitar junto na beira do palco, também descendo para cantar no meio da galera. Enfim, os caras fizeram
um puta show, apresentando as músicas de seu ótimo, e único, full length, Burial Ground (2010). Quem estreou a tarde no palco secundário foi o Thunderwrath, executando um power metal que flerta muito com o lado progressivo do estilo. Logo em seguida, voltando ao palco principal, foi a vez do Hammurabi, um exemplar da nova geração extrema do cast da gravadora Cogumelo. Eles apresentaram seu thrash com vários elementos de death metal, mostrando-se bem maduros, apesar do pouco tempo de estrada – a banda foi formada em 2006, nas cinzas do Gestalt. O som é composto por vários elementos de Metallica, Kreator (fase Coma of Souls) algo de death metal nos vocais. O grupo estreou nesse show sua nova formação, capaz de empolgar bastante os presentes que já haviam enchido o local, quase totalmente. E a pancadaria estava apenas começando, no outro battlefield os músicos do Paradise in Flames já se posicionavam para demonstrar aquele black metal que flerta um pouco com o melódico, lembrando os tempos áureos do Dimmu Borgir. Destaque para o bom trampo das guitarras, especialmente nos solos. Já com a casa lotada, Whipstriker subiu no main stage. A plateia, heterogênea, ia de punks, bangers, alternativos e roqueiros tradicionais. Parece que essa diversidade de público é uma constante nos shows dessa geração de bandas neo-thrash que surgiram na década passada. A banda tocou de maneira feroz, ao que foi correspondida pela multidão, que formava rodas e partia para o stage diving. Liderada pelo baixista e vocalista Whipstriker - que também toca no Farscape, Atomic Roar, entre outros, além de ter tocado como live member do Toxic holocaust - o grupo apresentou seu som que remete ao início do speed e do thrash metal, quando
ainda não havia todas essas subdivisões (black, death, thrash etc) que encontramos hoje. Foi muito bacana ver várias pessoas de diversos segmentos do underground se divertindo ali juntas. No finalzinho do show do Whipstriker, corremos para conferir a apresentação do Necrobiotic, que acontecia no palco secundário. O competente death metal do grupo, que remete ao som old school, porém com pitadas de novas tendências (technical, brutal etc.) surpreendeu os felizardos que estavam presentes. O show do Necrobiotic ia se encerrando e o Farscape já havia começado a tocar. Com um espírito parecido com o do Whipstriker, o grupo também mostrou bastante garra para apresentar seu speed/thrash. O mosh foi tão violento que os ânimos chegaram a se exaltar, com um pequeno desentendimento entre dois presentes, que logo se resolveu, com a galera do “deixa disso” acalmando os ânimos. O pau quebrou com os cariocas tocando em meio a stage divings e toda uma atmosfera que remete ao passado oitentista do metal. Voltando ao segundo campo de batalha, hora de uma das melhores bandas de thrash metal da cena nacional vigente. O pequeno espaço mais uma vez serviu para unir bangers e músicos numa energia só, com rodas viscerais ao som do grande Metraliator. Mais uma vez o fast thrash
dos caras serviu para muitos extravasarem seus anseios por meio da violência pacífica. Na sequência, o quarteto do Nostoi mostrou uma mistureba bacana entre metal, rock setentista e até um pouco de gothic. Destaque para o cover de A Última Estrela, da lenda Overdose, que inclusive será gravada pelo grupo para um tributo aos pioneiros do metal das Gerais. A medida em que a hora passava, já estávamos na segunda-feira quando as últimas bandas tocaram. O bravo guerreiro que resistiu incólume aos prazeres proporcionados pelo golo, beldades (sim, muitas gatinhas no Stone) e mosh pits, conseguiu ainda apreciar um nome significativo do cenário mineiro. Colt 45, com seu metal século 21, esbanjando peso e agressividade, encerrou a noite e iniciou a semana com estilo. O Curupira parabeniza essa louvável iniciativa, que demonstrou profissionalismo, pontualidade, organização, além de oferecer um excelente espaço para shows desse calibre. Belo Horizonte esta precisando de iniciativas como essa para unir e reacender o movimento metal que anda bastante disperso e sem (muita) união. Aguardamos ansiosos pelo 6° Stone Metal Fest, em julho.



A seguir, confira alguns videos com as bandas ao vivo no Stone Metal Fest V


Whipstriker - STONE METAL FEST V - BH



Metraliator - STONE METAL FEST V - BH



Farscape - STONE METAL FEST V - BH



Nostoi - STONE METAL FEST V - BH

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